ENTREVISTA: Janaína da Cunha, escritora, é a entrevistada de Renato Fulgoni

 JANAÍNA DA CUNHA: “ALQUIMISTA DA COMUNICAÇÃO”



Janaína da Cunha, conhecida como a “Alquimista da Comunicação,” nasceu em 02 de junho de 1972, na Região Sul Fluminense do Estado do Rio de Janeiro. Bisneta do renomado escritor Euclydes da Cunha, ela seguiu o legado literário e sociocultural de sua família. Com formação em Comunicação Social e especialização em Comunicação Assertiva Humanizada, Janaína é palestrante internacional, escritora, empresária do ramo da beleza, poeta, e uma figura ativa na promoção da cultura brasileira.



Ao longo de seus 42 anos de carreira, Janaína já publicou 20 títulos, participou como coautora em mais de 40 Antologias e Coletâneas, e recebeu inúmeros prêmios e reconhecimentos por suas contribuições à sociedade. Ela é presidente e fundadora do Movimento da Identidade Cultural Brasileira, além de ser Embaixadora Cultural Brasil África - Adida Cultural Internacional Janaína desenvolveu o método “Comunicação Assertiva Humanizada Para Empresas,” destacando a importância da comunicação clara e objetiva para o sucesso organizacional. Inspirada na citação de seu bisavô, Euclydes da Cunha, sobre o poder da palavra, ela acredita que a comunicação tem o poder alquímico de ressignificar, transformar e alavancar. Além de sua atuação profissional, Janaína é membro de várias academias de letras e instituições culturais no Brasil e no exterior. Sua dedicação à cultura e à comunidade se reflete em seu envolvimento na fundação de diversas instituições culturais e na colaboração para a criação de bibliotecas em comunidades/favelas.



• Membro da Associação Niteroiense de Escritores (ANE), onde tudo começou;

• Academia Hispânico Brasileira de Letras Y Artes (AHBLA);

• Academia de Ciências, Letras e Artes de Iguaba Grande;

• Academia de Letras de São Pedro da Aldeia (ALSPA);

• Entre outras nobres e honradas instituições e academias




Confira a Entrevista da escritora Janaína da Cunha com Renato Fulgoni:


Renato Fulgoni  Sua biografia destaca que você é a “Alquimista da Comunicação.” Como essa alcunha reflete sua abordagem na área de comunicação e como ela se tornou parte de sua identidade profissional? 


Janaína da Cunha  Essa alcunha foi me presenteada por minhas Mentoras e Arquitetas de Métodos, as irmãs Ana Paula e Angélica Domingues. Elas enxergaram em mim um “dom” nato, que eu mesma não tinha percebido: o de transformar situações e vidas através da Palavra e da Comunicação. A alquimia, dentro da Psicologia Analítica Junguiana - que muito me inspira - nos ensina que é possível transformar emoções e pensamentos negativos em algo positivo e construtivo. Para isso, precisamos enfrentar medos e angústias, aceitar nossas emoções e buscar o equilíbrio emocional. E é o equilíbrio emocional que cura os problemas comportamentais. A Alquimia trabalha com tudo que está disponível ao nosso alcance, transformando o comum em algo inovador e extraordinário. Isso não é diferente com a Comunicação. Meu grande Mestre e poderosa influência é meu bisavô Euclydes da Cunha. Meus estudos sobre a forma alquímica de suas ações me auxiliou a construir minha identidade profissional. Meus alicerces estão em seus dois pensamentos: “Viver é adaptar-se” e “Vemos o quanto é forte essa alavanca - A Palavra - que levanta sociedades inteiras e derruba tiranias seculares”.


Renato Fulgoni  Com uma carreira diversificada, desde escritora até empresária do ramo da beleza, como você enxerga a interseção entre a comunicação e essas diversas áreas de atuação?


Janaína da Cunha  Não vejo e sinto como um encontro propriamente dito. Dentro de mim está tudo interligado, conectado pelo Amor que tenho por tudo que me proponho a executar. Há confluência porque a Comunicação não é apenas verbal. Existe a Comunicação não verbal e, como o próprio nome sugere, é aquela que acontece sem o uso de palavras faladas ou escritas. Inclui comportamentos aparentes, como: olhares, gestos, toques, posturas. Assim como mensagens menos óbvias, como: roupas, distância espacial entre as pessoas, beleza, som, aromas, e etc. Na marca de Beleza que criei, “La Poésie”, trabalhamos muito com aromas - perfumes, bálsamos, óleos e etc. - que possuem relação com as memórias afetivas. Seus aromas, além de suas capacidades relaxantes e curativas, se comunicam com os nossos sentidos. Essa é uma “riqueza” de minha infância, herdada de minha mãe, Aldenise Teixeira Franco da Cunha, e minha doce e saudosa avó materna, vovó Vina. A Comunicação - verbal e não verbal - é um dos maiores pilares da vida.


Renato Fulgoni  Seu método “Comunicação Assertiva Humanizada Para Empresas” destaca a importância da empatia na comunicação. Como essa abordagem pode impactar positivamente as dinâmicas empresariais?


Janaína da Cunha  A Comunicação Assertiva Humanizada deve ser desenvolvida por todas as pessoas em todos os contextos das suas vidas. Contudo, ela é particularmente necessária na vida profissional, em que pessoas completamente diferentes se unem para alcançar objetivos coletivos. Líderes e liderados precisam se entender, o que demanda um diálogo claro e objetivo. Comunicação Assertiva Humanizada é uma forma de trocar informações, opiniões, ideias e sentimentos de maneira firme, objetiva e respeitosa. Ela é uma competência necessária aos líderes e permite o diálogo entre as partes. Não é o que você fala que atinge o seu objetivo no entendimento da comunicação, mas sim a forma que você fala e age. Imagine a situação em que os colaboradores precisam ser mais rápidos e esforçados do que o habitual em uma nova tarefa. O líder entra na sala, joga papéis na mesa e diz, sem olhar para a equipe, que estão lentos demais e que precisa que eles terminem a nova tarefa logo. Ou ainda, o líder envia uma mensagem para equipe com o escrito: “Entreguem rápido.” Bem, esses são exemplos do que não é comunicação Assertiva Humanizada, além de serem comportamentos antiéticos. Afinal a Comunicação Assertiva Humanizada conta com a sensibilidade. As ações da liderança acima, apenas provocam conflitos. Ao contrário, imagine a situação em que o líder entra na sala calmamente, diz “bom dia”, explica a tarefa e o porquê da necessidade de agilidade e maior esforço nela. Depois, o líder abre espaço para os colaboradores expressarem dúvidas e expectativas. Por fim, o líder resolve as dúvidas e se retira da sala dizendo que podem contar com ele durante todo o processo. Viu a diferença? Exemplos de Comunicação Assertiva Humanizada promovem o diálogo e evitam ruídos no entendimento. Darei mais exemplos. A liderança com comunicação agressiva é aquela que não dá espaço para os colaboradores se expressarem, nem considera suas emoções e possibilidades de realizar algo. Só para ilustrar, imagine um colaborador que falhou em atingir uma meta. Uma liderança que apresente comunicação agressiva, dirá frases como “sabia que você não conseguiria sozinho”, “se errar assim de novo, você está fora” ou “você não consegue acertar nada?”. Essas frases só causam frustração, tristeza, mágoa, vergonha e problemas na saúde mental. Em consequência, sua empresa arrisca perder a qualidade de produção do profissional. Já a liderança com Comunicação Assertiva Humanizada é aquela que oferece feedbacks construtivos mesmo que a situação seja desfavorável para o colaborador. Ao invés de desvalorizar o liderado, esse tipo de liderança busca construir caminhos para melhorar a performance, dialogando com o colaborador e considerando suas potencialidades. 


Renato Fulgoni  Como escritora, você é autora de 20 títulos e participou de diversas Antologias e Coletâneas. Pode compartilhar um pouco sobre sua abordagem criativa e suas fontes de inspiração literária? 


Janaína da Cunha  Eu enxergo e sinto o Escritor como um tradutor da sociedade e de uma época. Ele, no meu humilde entendimento, é um servo da humanidade, é o grito preso na garganta daqueles que não possuem voz, os olhos, os ouvidos de uma sociedade. O Escritor é o transcendentalista que passa a Raio-X os diversos sentimentos e as emoções da Alma, por isso minha abordagem adequa às necessidades sociais ou de um grupo especifico, a partir de variadas perspectivas e visões diferentes para ajudar a despertar consciências adormecidas, a solucionar problemas, ou levantar questionamentos de profunda relevância. Minhas fontes de inspiração literárias são os grandes filósofos da humanidade e livres pensadores, são historiadores, sociólogos, homens e mulheres que, com seus ricos conteúdos, nos encorajaram a ir além do “mediocre-ordinário” e transformar o “simples-comum” em algo EXTRAORDINÁRIO. Entre vários destaco: meu bisavô, Euclydes da Cunha, Friedrich Nietzsche, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade, Machado de Assis, Carl Gustav Jung, Freud, Lacan, os autores da Geração beat e etc. 


Renato Fulgoni  Além de sua atuação profissional, você está envolvida em várias instituições culturais e academias. Como essas experiências influenciam sua visão sobre a preservação e promoção da cultura brasileira, tanto nacional quanto internacionalmente? 


Janaína da Cunha  As diversidades culturais e as trocas de vivências e experiências de conhecimentos diversos, visões e realidades divergentes da minha, me ajudam a reconhecer e a respeitar as diferentes manifestações que moldam a identidade de um povo. Nossa cultura, nossas tradições e costumes são os elementos que moldam a nossa identidade e que promovem a diversidade cultural de uma sociedade e de uma nação. Isso é de extrema importância nas minhas áreas de atuação porque me auxiliou a desfazer crenças limitantes, a sair da formatação do senso comum. Saí de uma caixa e um belo horizonte sorriu para meus olhos abrindo, dessa forma, infinitos leques de conhecimento e verdades. Meu trabalho na cultura, diante disso, se tornou único e humanizado, me transformando em um Ser Humano melhor. Não sou apenas um veículo, mas me tornei uma ponte. Tenho sede e fome de conhecimento. Amo aprender, ensinar... Amo compartilhamentos e trocas. Amo agregar, amo pessoas e a VIDA. AMO - de Corpo, Alma e Coração - o que faço.


A entrevista foi capa da Revista Digital Aldeia Magazine, Edição 48, de janeiro de 2024.





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